Várias vezes vemos a mídia abordando personagens poradores de transtorno obsessivo compulsivo ou mai conhecido pela sua abreviatura, o TOC. Personagens como Sheldon do da série The Big Bang Teory que tem que chamar e bater três vezes toda vez que vai chamar sua visinha Penny. Ou os vilões Charada ou o Caras dos quadrinhos do Batman que tem que realizar seus rituais de cometer crimes por meio de charadas, ou lançar a moeda para decidir suas ações respectivamente.
Nesta matéria vamos entender como funciona este transtorno que atinge milhões de pessoas pelo mundo.
Características
O Personagem Sheldon e sua obcessão de falar e bater na porta três vezes.
O Transtorno Obsessivo compulsivo presente no DSM 5 (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) é caracterizado pela
presença de obsessões e/ou compulsões. Obsessões são pensamentos, impulsos ou imagens
recorrentes e persistentes que são vivenciados como intrusivos e indesejados, enquanto compulsões são
comportamentos repetitivos ou atos mentais que um indivíduo se sente compelido a executar
em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser aplicadas rigidamente.
Alguns outros transtornos obsessivo-compulsivos e transtornos relacionados também são caracterizados
por preocupações e por comportamentos repetitivos ou atos mentais em resposta a preocupações.
Outros transtornos obsessivo-compulsivos e transtornos relacionados são caracterizados
principalmente por comportamentos repetitivos recorrentes focados no
corpo (p. ex.,
arrancar os cabelos, beliscar a pele) e tentativas repetidas de reduzi-los ou
pará-los.
Pensamentos, impulsos ou
imagens recorrentes e persistentes que, em algum momento durante a perturbação, são
experimentados como intrusivos e indesejados e que, na maioria dos indivíduos, causam
acentuada ansiedade ou sofrimento. O indivíduo tenta ignorar
ou suprimir tais pensamentos, impulsos ou imagens ou neutralizá-los com algum outro
pensamento ou ação.
Personagem Charada, preso eternamente na necessidade de elaborar charadas em cada crime, o que o leva a ser preso, sempre.
As compulsões são definidas
por:
1. Comportamentos
repetitivos (p. ex., lavar as mãos, organizar, verificar) ou atos mentais (p.
ex., orar, contar ou repetir
palavras em silêncio) que o indivíduo se sente compelido a executar em resposta a uma obsessão ou
de acordo com regras que devem ser rigidamente aplicadas;
2. Os comportamentos ou os
atos mentais visam prevenir ou reduzir a ansiedade ou o sofrimento ou evitar algum evento ou
situação temida; entretanto, esses comportamentos ou atos mentais não têm uma
conexão realista com o que visam neutralizar ou evitar ou são claramente excessivos.
Nota: Crianças pequenas
podem não ser capazes de enunciar os objetivos desses comportamentos ou atos mentais.
B. As obsessões ou
compulsões tomam tempo (p. ex., tomam mais de uma hora por dia) ou causam sofrimento clinicamente
significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes
da vida do indivíduo.
C. Os sintomas
obsessivo-compulsivos não se devem aos efeitos fisiológicos de uma substância (p. ex., droga de abuso,
medicamento) ou a outra condição médica.
D. A perturbação não é mais
bem explicada pelos sintomas de outro transtorno mental (p. ex., preocupações excessivas, como no
transtorno de ansiedade generalizada; preocupação com a aparência, como no transtorno
dismórfico corporal; dificuldade de descartar ou se desfazer de pertences, como no transtorno de
acumulação; arrancar os cabelos, como na tricotilomania [transtorno de arrancar o cabelo];
beliscar a pele, como no transtorno de escoriação [skin-picking];
estereotipias, como no transtorno de
movimento estereotipado; comportamento alimentar ritualizado, como nos transtornos
alimentares; preocupação com substâncias ou jogo, como nos transtornos relacionados a substâncias e
transtornos aditivos; preocupação com ter uma doença, como no transtorno de ansiedade de
doença; impulsos ou fantasias sexuais, como nos transtornos parafílicos; impulsos, como nos
transtornos disruptivos, do controle de impulsos e da conduta; ruminações de culpa, como no transtorno
depressivo maior; inserção de pensamento ou preocupações delirantes, como nos
transtornos do espectro da esquizofrenia e outros transtornos psicóticos; ou padrões repetitivos de
comportamento, como no transtorno do espectro autista).
Com insight bom ou razoável:
O indivíduo reconhece que as crenças do transtorno obsessivo-compulsivo são definitiva
ou provavelmente não verdadeiras ou que podem ou não ser verdadeiras.
Com insight pobre: O indivíduo
acredita que as crenças do transtorno obsessivo-compulsivo são provavelmente
verdadeiras.
Com insight ausente/crenças
delirantes: O indivíduo está completamente convencido de que as crenças do transtorno
obsessivo-compulsivo são verdadeiras.
Fatores de Risco e
Prognóstico
Para o personagem Duas Caras todas as suas decisões só podem ser feitas com o arremesso da moeda.
Temperamentais: Mais
sintomas internalizantes, afetividade negativa mais alta e inibição do comportamento na infância são
possíveis fatores de risco temperamentais.
Ambientais: Abuso físico e
sexual na infância e outros eventos estressantes ou traumáticos foram associados a um risco
aumentado para o desenvolvimento de TOC. Algumas crianças podem desenvolver o início abrupto
de sintomas obsessivo-compulsivos, o que foi associado a diferentes fatores ambientais,
incluindo vários agentes infecciosos e uma síndrome autoimune pós-infecciosa.
Genéticos e fisiológicos: A
taxa de TOC entre parentes de primeiro grau de adultos com o transtorno é
aproximadamente duas vezes a de parentes de primeiro grau daqueles sem o transtorno; no entanto,
entre os parentes de primeiro grau de indivíduos com início de TOC na infância ou adolescência, a
taxa é aumentada em 10 vezes. A transmissão familiar deve-se, em parte, a fatores genéticos
(p. ex., uma taxa de concordância de 0,57 para gêmeos monozigóticos vs. 0,22 para gêmeos
dizigóticos). Disfunção no córtex orbitofrontal, no córtex cingulado anterior e no estriado tem sido mais
fortemente envolvida.
Quando o TOC não é tratado, seu curso é, em geral, crônico, frequentemente com os sintomas tendo aumentos e diminuições de intensidade. É comum que indivíduos com o transtorno evitem pessoas, lugares e coisas que desencadeiam obsessões e compulsões. Por exemplo, indivíduos com preocupações com contaminação podem evitar situações públicas (p. ex., restaurantes, banheiros públicos) para reduzir a exposição aos contaminantes temidos; pessoas com pensamentos intrusivos sobre causar danos podem evitar as interações sociais.
É comum que indivíduos com o transtorno evitem pessoas,
lugares e coisas que desencadeiam obsessões e compulsões. Por exemplo, indivíduos com
preocupações com contaminação podem evitar situações públicas (p. ex., restaurantes, banheiros
públicos) para reduzir a exposição
aos contaminantes temidos; pessoas com pensamentos
intrusivos sobre causar danos podem evitar as interações sociais.
O TOC está associado a uma qualidade de vida reduzida,
assim como a altos níveis de prejuízo social e profissional. Pensamentos suicidas ocorrem em algum momento em cerca de
metade dos indivíduos com TOC. Tentativas de suicídio também são relatadas em até
um quarto daqueles com o transtorno; a presença de transtorno depressivo maior comórbido
aumenta o risco.
Dúvidas?
Sugestões? Deixem nos comentários. E nos ajude a lutar por uma internet
livre onde possamos aprender e compartilhar conhecimento, sem
restrição.

Nenhum comentário:
Postar um comentário